sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ComPaixão


Olá Leitores

Mexendo em meus arquivos neoroniais enquanto não chegava o sono nesta última noite, lembrei-me deste texto que escrevi, ainda na sexta série do ensino fundamental. Tive excelentes professoras de língua portuguesa. Lembro que nosso livro didático se chamava comunicação e expressão. Então esta professora, da sexta e sétima série, Prof. Tânia, exigia que possuíssemos caderno de texto e produzíamos quase um texto por semana. O meu era um caderninho da Fundepar encapado com papel de presente vermelho que tenho até hoje guardado em algum lugar. Em uma destas semanas escrevi este texto. Lógico que o melhorei para publica-lo aqui, mas, conservei a ideia original daquele menino de dose anos. Espero que possa ser proveitosa a leitura.

Aquele abraço

ComPaixão
Silas Venancio
Era tarde, a cidade estava fazia, os ponteiros do relógio se sobrepunham apontando para cima.Estava frio, uma brisa gelada e úmida, com gotas de chuva, soprava insistentemente penetrando em meu casaco.Meus pés espiravam água das muitas possas que havia pela ruaRua escura, deserta, sem carros, pessoas, sem movimento, sem vida, apenas um jovem universitário voltando para casa.- Nossa que frio! Apertei a pasta em um dos braço para enfiar as mãos no bolso.Era estimulado a continuar caminhando pela certeza de ao chegar, ter um grande copo de chocolate quente a minha espera.Faltava algumas quadras, ao dobrar a esquina, avistei uma lata de lixo derrubada, coisa normal.Ao aproximar-me notei algo diferente, um grande embrulho de sacos pretos, de lixo, que ao lado da lata, parecia se mexer.Não hesitei, apertei o passo certo de se tratar de um animal, talvez ratos, ou um cachorro.Ao passar perto dos sacos de lixo, escutei gemidos como de um moribundo.Quase parei... Mas, o frio, o avançado da hora, os pés molhados e o copo de chocolate quente, me fizeram prosseguir.Depois de afastar-me, seis ou sete metros, minha curiosidade e não minha consciência, me fez retornar. Curioso e incomodado, tinha que decifrar este mistério.Aproximei-me – que mau cheiro – entre o odor de podridão escutei mais gemidos.Puxei o saco com os pés, não iria encostar a minha mão. Fiquei estarrecido, pasmo sem reação, pois o que vi neste momento nocauteou-me a consciência. – Meu Deus! Não era um bicho... Era um homem.

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