Professores fascinantes, alunos encantados...

Olá queridos leitores

O mês de Outubro é premiado por uma data muito especial para mim, o dia 15 de Outubro. Especial por dois motivos: primeiro é o aniversário da melhor mãe do mundo – a minha; segundo, por ser o dia do professor, minha profissão com muito orgulho. Sobre este último quero fazer algumas interjeições.

Quando nasci, meus pais moravam em uma cidade pequena do norte do Paraná – Jataizinho, a poucos quilômetros de Londrina. Como sou o primeiro filho do então jovem casal Izaias e Ivete, recebi também os cuidados de minha falecida avó que, muito supersticiosa, aprontou comigo uma destas peripécias dos antigos. Logo que caíra meu umbigo ela o enterrou na porta da frente de uma Escolinha, em que ela trabalhava, na vila onde morávamos. Não tive oportunidade de perguntar a ela qual o motivo desta ação, mas, segundo a tradição dos antigos, enterrar umbigo de recém-nascido à soleira da porta faz com que a criança seja caseira. Bom, talvez seja esse o motivo de ser a Escola minha segunda casa.

Talvez a superstição da minha avó tenha influenciado a minha profissão hoje, mas nada influenciou mais do que os professores fascinantes dos quais tive o privilégio de ser educando. Ainda hoje trago nítido na memória vossas imagens e ensinamentos. Professores como Eliane Perón e Fernando Buss, professores de português e Matemática na terceira e quanta séries do primário na Escola Reni Correia Gampi em Manoel Ribas – PR. O professor Fernando Buss, na minha época já com mais de 50 anos, inconscientemente conduzia suas aulas por meio de problemas que ele trazia ou inventava para nós. A lista segue na sexta é sétima série com a Professora Ivonete, uma baianinha baixinha capaz de produzir encantamentos pela forma como apresentava-nos a geometria, as equações e os sistemas lineares, no Colégio Nereu Ramos, Manoel Ribas - PR.

Em meu ensino médio no Colégio D. Pedro I na cidade de Pitanga – PR, não foi diferente. Fui muito exigido de professores como: Roberto Rech (matemática), Rosemeire (Biologia), Maria Aparecida – “Cidoca” (Química) e outros. A lista seguiu para a graduação com as memoráveis professoras Lucila (Química), Amélia (Biologia), Aidê (Física) e Miriam (Matemática), na FAFIPA, já em Paranavaí. Mas recentemente em meu mestrado fui encantado pelos profundos conhecimentos das Professoras Drª. Marta Bellini e Drª. Lilian Kato, às quais devo grande parte da minha humilde formação.

Porém fiquei triste esta semana ao deparar-me com uma pesquisa que afirma que apenas 2% dos concluintes do Ensino Médio têm como primeira opção uma graduação ligada à atuação em sala de aula (RATIER, R; SALLA, F. Revista Nova Escola, Ed. 229, 2010). A pesquisa vai além, informando que o déficit de professores nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio ultrapassa a marca de 710 mil docentes.

Então me pergunto: Porque tanta desvalorização? O que há de errado? Não há mais avós enterrando umbigos? Ou nós não somos tão encantadores ao ensinar quanto foram os nossos professores?

Meus professores não tinham nada de especial, não usavam computadores, nem traziam para a sala um montão de bugigangas, mas, eram extremamente apaixonados pelo que faziam e dominavam plenamente o conhecimento e a arte de transmiti-lo, fascinavam-nos com seus conhecimentos.

Talvez esta última questão seja verdadeira, não conseguimos mais encantar nossos alunos em conhecer, investigar, questionar, enfim aprender. E isto não é culpa do conhecimento em si, mas de como o apresentamos, pois se fomos outrora contagiados por aprender como não conseguimos contagiar nossos aprendizes?

Sou professor, com muito orgulho, tenho o umbigo enterrado na escola e a escola impregnada em mim. Apaixonemo-nos por ensinar e nossos alunos se apaixonarão por aprender.

Feliz Dia dos Professores

Aquele abraço